quinta-feira, 7 de abril de 2011

As lágrimas (in)contadas...

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AS LÁGRIMAS (IN)CONTADAS!!!
Não são mais que atitude praticada no silêncio, evitadas no lugar de gente, que o que aconteceu não é problema de outrem, o desfile dos sobreviventes prossegue, a marcha dos veteranos denota ser mais lenta,
A relação do caminhar até pode ser diferente, mas todos, todos por igual aparelham as cicatrizes para mais um dia, se ele se chegar à frente, quando amanhã… haverá mais lágrimas (in)contadas.

Os poetas “democráticos” matutam na poesia consagrada, h+a conhecimento deles em todo o país, como os principais representantes do género; das consequências danosas, outros tipos de ocorrências, tão salubres que se torna desnecessário a sua nomeação.
Nós, todos nós, uns mais que outros, permitimos que esses indivíduos entrassem tão dentro de nós, a ponto tal que todos saem carregando um pouco de cada um de nós.
Interrogo-me da razão de tanto termos dado, de tão grande entrega ter havido, de termos deixado “tudo” em mãos que não foram cuidadosas.

Afogámo-nos no deserto…sem aprender que a paisagem era irreal, feita de calmaria a satisfazer a nossa visão, que nos fascinava na miragem que deixava os olhos em bico, o sentir embevecido, sem consciência: - quando era tempo de choro e não de riso. Tanta promessa havia, que no entanto não despertava a desconfiança nossa; que dormia a sono solto, sem questionar, que o risco de nos afogar-mos na areia, existia.

Andámos mergulhados em mar de promessas, felicidade infinita e longo mar de rosas e, se alguma inquietação aparecia, logo nos enchiam o peito de esperança grande, tão grande; a não caber no mesmo.
Enquanto isso ía acontecendo, os “artistas”, tinham outro relógio a marcar o tempo, os ponteiros deslizavam por sobre engrenagem bem oleada; de favor e a contento, estavam a obter do melhor para as suas excelsas “obras”.
(…) sem notar que todos já tínhamos dor de barriga forte, sem terem olhos para a fome que se entranhava mais depressa, sem repararem na grande aflição que nos torcia o estômago; nem quando nos olhos havia monstruosas lágrimas (in)contadas...
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