terça-feira, 22 de março de 2011

A VERDADE NÃO PRESCREVE!!! ( 1.076 )

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Processo Nº 230/2007

aos 22 de Março de 2011 (terça-feira)

Senhor José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa:

Os que morreram nunca foram contados desse lado…
As injúrias, a humilhação, o desprezo, foram a aposta prioritária; carregada de espinhos grossos, para os infelizes julgados; de não tido merecimento apropriado.
Os que mandaram matar são idolatrados desse mesmo lado…

Pela minha Família, por mim: - tenho memória boa, tenho lucidez forte, tenho consciência intacta, tenho sofrimento grande no amontoado de recordações tristes: - as lembranças sombrias que teimam em ressurgir dia após dia, na minha memória.
Hoje, um dia depois de começar a Primavera… neste ano de 2011 da graça de Deus, acabei de aduzir queixa crime, que lhe é dirigida.

A vida que se escapa pouco a pouco, a carne a enfraquecer precocemente, os olhos, a olhar sempre com melancolia para as alegrias de outrora, quando as alegrias perderem a vivacidade como rosas brancas murchas, quando a Vida ficou penosamente grotesca; agravada com proibições e obstáculos, quando a felicidade se mostrou arisca, arredia, quando os medos do amanhã estavam sempre presentes…
Quando a velhice caminhava a passos largos sem cerimónia; tudo se acomodava heterogeneamente: - o que poderiam fazer em virtude de a existência lhes ter sido negada, de não ter mais, nem ponto a indicar a norte; quando na terrível situação imposta vilmente, quando não já não havia bússola ou estrela a mapear um outro destino, que sòmente tinham; aquele mesmo, o que foi forçado terem ao som da bota cardada.

As lágrimas saíam secas dos olhos pequenos, que encovados até lá ao fundo das órbitas, fitavam o vazio em grande silêncio; contando o tempo a passar, que imperturbável, seguia o seu rumo a caminho do desconhecido.
Por entre os dedos mirrados, antes de tempo, seguravam o lenço que teimavam em levar aos olhos à procura, que mais não fosse, de que uma pequenina lágrima viesse a aparecer, talvez no canto do olho.

O porquê, os muitos porquês, assediavam as suas pobres almas à procura da singularidade objectiva, da diferença na indiferença atribuída, que diferia a inovar numa terrível situação; de os dias, todos, sem excepção, serem um rosário infindo de sofrimento grande.

O porquê que lhes impunha coercivamente a máxima; era que; a qualidade de actividades “igualitárias” eram desenvolvidas sob novas perspectivas, que assumidas, empacotadas, decretadas; lhes conferiam ( a vós ) total superioridade sobre outros Seres Humanos, que eram equiparados a vermes… que pisavam…

Até breve senhor José…

Pela minha Família, por mim…

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José Gonçalves
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