quarta-feira, 30 de março de 2011

O cadáver moribundo...

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O CADÁVER MORIBUNDO…
Impera um estado de fidalgotes e seus feitores de mão; uns e outros a encher os depósitos de longo curso, bêbados pelo e com o poder; alcançaram uma velocidade nunca antes alcançada, malbaratando a ténue herança que ainda subsistia.
Empanturrados do atrasado tempo: - agitam-se, uma e outra vez mais, de serem artesãos iluminados no uso da alquimia, de terem capacidade de levantar do chão o cadáver moribundo.

Ainda… reclamam o monopólio, o grau de emancipação, o saber que encontra felicidade, têm na mão a chave da felicidade que chegará, mas só depois de nos espartilhar em nossas Vidas e na mísera bolsa, também.
De serem pesquisadores do enigma, todos eles, sem excepção, dizem-se como altamente ilustrados na arte, ou ciência, que nos há-de fazer rebentar de alegria, que nos vão fazer pousar o fardo que nos causa desconforto… lá mais para a frente quando voltarem a mecanizar a estrada, a asfaltá-la.
Mas… cada vez mais, não nos fazem esquecer o termos sido arrastados pelo turbilhão de actos vácuos; os acidentes e os fracos resultados práticos, passada que foi a euforia sempre em curso…

Usam a corrupção cínica, têm essa tendência desde o princípio, os baixos méritos podem ser enumerados na conta-corrente da satisfação da plebe; quando na folha de caixa que é cada vez mais exígua e cheia de gatafunhos ilegíveis.
Agentes de um universo caduco que nos fecham num lugar à parte, como doidos, para nos fazerem acreditar que são eles e, só eles, que têm juízo.

Quando a plebe inexperiente já se faz desfolhar mais, quando olha para os oportunistas, os corruptos, com olhos de ver, quando só já tem mais olhares incertos e tímidos: - os que vivem no presente espartilhado por falta de valores a alumiar o caminho a fazerem-se descobrir os efeitos dos sentidos nas coisas que antes não tinham pensado; no futuro, sem auto-suficiência, porque não o conceberam pobre, solitário, infeliz, ou exilado… vão descobrindo que a parreira era monstruosa, que a uva era de sabor amargo… consubstanciada em propósitos de pobreza.
Porque o eterno protector, o benfeitor bem-aventurado, começou a fechar o “guarda-chuva” quando ele se começou a descobrir de estar em prejuízo e a captar sobre si mesmo as fragilidades desfiguradas e já amarradas aos seus pés, quando já começou a baloiçar de cabeça para baixo.
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