domingo, 19 de agosto de 2007

O "SISTEMA" IMPLANTADO

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Marxismo teórico
Em 1974 ainda invoca como inspiração teórica predominante o marxismo, saudando a revolução soviética como marco fundamental na história da Humanidade, embora advogue uma via portuguesa para o socialismo, repudiando, nos sociais-democratas, o facto desses conservarem as estruturas do capitalismo e de servirem os interesses do imperialismo.
Soares, face aos comunistas, dirá sucessivamente que não é Marx nem Lenine que nos dividem, invocando a faceta estalinista do movimento cunhalista.
Com os ventos de Abril, o partido passou do restrito grupo de amigos de Mário Soares a um dos maiores partidos políticos do regime. Beneficiou da participação activa nos governos provisórios, da boa ligação à Internacional Socialista e de se ter tornado na vanguarda da luta contra o comunismo e o sovietismo.
Marx, Sérgio e Soares
Um partido que hibridamente procura misturar o método científico de Karl Marx, o sonho de Antero, a pedagogia de António Sérgio e o realismo criador de Mário Soares, como mais tarde sintetizará Manuel Alegre. Marxistas dissidentes
A sua espinha dorsal era constituída pelos marxistas dissidentes do PCP, desde os que vieram dos tempos do MUD, como Soares, quer os exilados, como os do grupo de Genebra, com António Barreto, Eurico de Figueiredo e Medeiros Ferreira. Republicanos históricos
O segundo grande núcleo provinha dos republicanos históricos, afonsistas ou sergianos, como Henrique de Barros, Vasco da Gama Fernandes e Raul Rego, quase todos eles próximos da maçonaria clássica do Grande Oriente Lusitano.
Católicos progressistas
O terceiro vector era o dos católicos dos anos sessenta, provindos da JUC e da JOC, que não começaram pelo marxismo, mas pela doutrina social da Igreja Católica.
Activistas revolucionários
Seguiam-se alguns revolucionários das intentonas contra o regime, adeptos da acção directa, mas insusceptíveis de enquadramento pela disciplina subversiva dos comunistas, não faltando os exilados estacionados em Argel marcados por um esquerdismo intelectual quase libertário, como Lopes Cardoso e Manuel Alegre.
(in http://www.maltez.info/respublica/ )